domingo, junho 05, 2005

Serei eu o mesmo?

Serei eu o mesmo? Quando partir rumo ao desconhecido. Quando deixar o teu olhar abandonado numa quente noite de Verão. Quando te dirigires a mim apenas como amigo. Quando não fores para mim nada mais que uma velha canção.

Serei eu o mesmo? Quando o teu olhar deixar a minha vida. Quando a noite turvar a minha memória. Quando o vento levar para sempre o teu sorriso. Quando a saudade deixar de contar a nossa história.

Sabes que te amo enquanto escrevo? Sabes que lição tirar de um amor que não se vê? Sabes que desejo tenho eu escondido? Sabes quem sou, para onde vou e porquê?

Sabes que anseio pelas tuas doces palavras? Sabes que te procuro sem mostrar quem sou? Sabes que tímido me escondo do teu olhar? Sabes que sou aquele que te ama e aquele que nunca te amou?

Sigo escondido os teus passos. Sem nunca te mostrar o que sinto. O fogo que espera arder na minha boca. Enquanto penso dizer "Não te amo". Não posso. Minto.

Serei eu o mesmo? Quando finalmente te revelar a minha afeição. Quando aceitar o meu destino, o meu fado. Quando os nossos caminhos se unirem, mesmo que numa breve e doce ilusão.

Sabes quem sou? Conheces o meu nome, o meu rosto, a minha forma de andar? Choras por mim no fundo da noite, enquanto o teu rosto se empalidece com o brilho do luar? Conheces de cor o meu riso, o meu olhar triste na multidão? Conheces aqueles que amo, os meus tesouros e a forma do meu coração?

Mesmo que não me conheças. Mesmo que o meu amor nunca me peças. Mesmo que o muro da indiferença nos separe. Mesmo que a minha ferida sangre e não pare. Mesmo que eu não seja o anjo por quem oras. Mesmo que eu não seja o amante por quem choras.

Sou aquele que te chama quando a dor se torna maior. Sou o cavaleiro que te leva num sonho doce e indolor. Sou o príncipe de uma qualquer história de encantar. Sou o lobo que por ti deixaria de uivar. Sou o livro e o poema que agora lês. Sou aquele que te ama mas que tu não vês.

Sou o poema escrito e lido à pressa. Sou o amante que te deseja mas que nunca o confessa. Sou a personagem que chora sozinha no meio de um palco. Sou o louco que corre para ti gritando o teu nome bem alto. Sou o mar rebelde que cobre a terra de sonhos. Sou o poeta sincero que ama e venera os teus olhos.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

nunca sei o que dizer a um texto escrito com sentimento. deixo-te so um beijo daniel*

10:40 da tarde  

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