sexta-feira, junho 24, 2005

Tu

De pernas para o ar. Já perdi a conta ao número de ocasiões que fingimos não nos conhecer e já não sei em quantas mais teremos de o fazer. E em nome de quê? De um sentimento desfasado? De um presente que tarda em se fazer memória? De uma lenta e cruel incerteza que nos persegue e de um beijo que nunca será imortalizado na história?

Para ti não tem importância. Para mim faz toda a diferença. Já não importa os caminhos que percorres porque eu já não te posso seguir. Já não importa o que sentes porque eu já não te posso ver sorrir. Porque tu és o vento que sopra demasiado depressa. Porque tu amas alguém distante que um dia te deixou uma promessa. Porque eu não sei que nome dar a esta lágrima. Porque eu não sei se queres que vire esta página.

Procuro por ti ao canto de um verso tentando encontrar o nome gravado no teu peito em letras de fogo. Procuro por ti, mas a tua alma é livre voando, bem alto num céu onde eu nunca consegui chegar. E não há olhares, palavras ou sorrisos que ela pretenda desperdiçar. Já não importa para onde vais porque eu nunca lá estarei. Nunca mo pediste... Já não importa porquê; tenho a certeza de que nunca chorarás por mim.

Talvez nunca percebas que é para ti escrevo. Talvez nunca te libertes do mar que te aprisiona. Adorei ter-te conhecido, mas lamento o facto de nunca te ter tido. Em meus braços, em meu corpo, em minha boca. Espero que guardes o meu nome para que da próxima vez não sejamos forçados a usar de novo a palavra “silêncio”. E dessa próxima vez volto para te buscar...

1 Comments:

Blogger Mariana said...

É por causa de coisas pequeninas como esta que não podes deixar de escrever. Nunca. Até já *

11:50 da tarde  

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