domingo, fevereiro 19, 2006

Ostentação vs Coração


Há coisas que eu não compreendo e que me recuso a compreender. Mas esta revolta-me sobremaneira, pelo facto de ser derivada de uma mentalidade mesquinha, burguesa, de novo-riquismo. Passo a explicar. Porque é que certas pessoas insistem em adoptar cães de raça? Não há nada de errado em adoptar um animal, muito pelo contrário. É até extremamente louvável que uma família se mostre disposta a dar um lar a estes seres que são, afinal, a melhor companhia que qualquer criança ou adulto pode ter. Independentemente de estes terem pedigree ou não.São meigos, carinhosos, fiéis, companheiros e recebem-nos sempre com aquela ternura que nos faz esquecer todo e qualquer problema com que possamos ser confrontados no dia-a-dia.

A meu ver, o problema - posso até estar errado - é a questão que algumas pessoas fazem em que aquele cão que pretendem adoptar seja de raça. Apenas para que o possam exibir aos amigos, família e vizinhos, olhando-o apenas como um objecto de ostentação, uma peça da mobília, comparado a um Rolex ou a um Mercedes. Talvez eu esteja enganado. Talvez eu seja demasiado cego para não conseguir ver a diferença entre um cão de raça e um dito "rafeiro" que, por ter nascido a partir de "pais sem papéis", terá menos possibilidades de ser amado e acolhido num lar. Talvez eu seja demasiado inocente por ver estes animais como amigos e companheiros dedicados e fiéis de todas as horas e não como meros objectos descartáveis.

Ainda mais incompreensível para mim - posso estar errado - é aquela situação na qual os futuros donos se dirigem a um criador de uma determinada raça de cães para garantir a adopção (pagando, obviamente) de um dos futuros rebentos da próxima ninhada, enquanto milhões de "rafeiros" vagueiam todos os dias pelas ruas abandonados, sem sequer terem cometido qualquer crime, ansiando apenas que um dia o vento da sorte mude de direcção e que alguém com coração se decida a dar-lhes todo o amor e carinho que merecem.

Tudo isto me lembra um pouco as monarquias antigas, nas quais apenas aqueles que tinham a sorte de nascer no seio de boas famílias poderiam almejar a viver uma vida luxuosa e cheia de privilégios com que as classes mais baixas apenas poderiam sonhar. Parece-me muito injusto... Mas posso estar errado... O mundo não é justo? Então todos estamos errados...


Não fui capaz de publicar imagens de cachorrinhos abandonados para ilustrar melhor a situação, porque me provocam sempre uma reacção estranha a que costumamos chamar choro...

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Os Cowboys do Bairro


Lembram-se daqueles dias, quando éramos apenas uns miúdos travessos que brincavam na rua despreocupadamente, e a única coisa que pensávamos era vir a ser cowboys? Lembram-se daqueles jogos que fazíamos juntos no nosso bairro?

Quando comprávamos aqueles tubos brancos compridos nas lojas de electrónica e roubávamos o isqueiro aos nossos pais para queimá-los, conseguir dobrá-los, uní-los com fita-cola e fazer aquelas armas elaboradas parecidas com espingardas e pistolas com que nos combatíamos uns aos outros? Lembro-me de um amigo meu construir uma com tantos, mas tantos canos, que mais parecia uma gatling gun, daquelas que os helicópteros de guerra utilizam. "É para não ter que estar sempre a recarregar a arma. Assim coloco uma seta em cada cano e é só disparar", dizia ele. Um dia, sem querer, talvez fugindo de um perseguidor, tropeçou e caiu por cima da arma que se partiu, não restando nada mais do que dezenas de tubos brancos espalhados pela calçada.

E de destruir dezenas de revistas antigas que as nossas mães guardavam e de enrolar as páginas para fazer aquelas setas que introduzíamos no cano da nossa arma e soprá-las para que fossem disparadas à maior distância possível. Alguns de nós até as equipavam com agulhas ou colocavam cola na ponta só para que ficassem mais duras e resistentes ao impacto e não dobrassem inutilizando-as. É certo que doíam muito mais e muitas vezes o jogo acabou por amuo de uma das vítimas das "setas de ferro". Ao fim de alguns choros, queixas e jogos prematuramente interrompidos sem vencedor nem vencidos deixámos de utilizá-las.

E quando íamos para aquele prédio em construção no nosso bairro durante a hora de almoço dos trabalhadores ou à noite sem que os nossos pais soubessem, para brincar aos cowboys? Fazíamos de conta que o edifício era uma cidade-fantasma e andávamos à procura uns dos outros fingindo ser inimigos por momentos. "Quem for atingido morre e já não pode brincar mais", dizíamos nós.

E naquela noite em que, de tão entusiasmados pela brincadeira, não reparámos que não estávamos sozinhos e demos de caras com meia dúzia de tóxico-dependentes que tomavam a sua "dose diária" e fugimos apavorados, deixando armas e setas para trás, enquanto eles nos perseguiam? Nessa noite apanhamos um susto de morte que nunca havemos de esquecer. Os nossos pais nunca chegaram a saber o que se passou. Mas hoje rimo-nos vezes sem conta de cada vez que falamos desse episódio, e um dia iremos também contá-lo aos nossos filhos.

Contaremos tudo sobre os "Cowboys do Bairro" que não tinham medo de (quase) nada, da arma do Nuno que se partiu em mil pedaços durante um duelo de vida ou de morte e da seta encravada do Ricardo que, por ser demasiado larga ficou presa no cano da pistola e o levou a perder um jogo nocturno praticamente ganho. E tentaremos faze-los compreender a enorme sorte que têm por serem ainda crianças e a saudade que sentimos desses dias em que nós o fomos também...


I wake up in the morning and I raise my weary head
I got an old coat for a pillow and the earth was last night's bed
I don't know where I'm going
Only God knows where I've been
I'm a devil on the run
A six gun lover
A candle in the wind

When you're brought into this world they say you're born in sin
Well at least they gave me something I didn't have to steal or have to win
Well they tell me that I'm wanted
Yeah I'm a wanted man
I'm colt in your stable
I'm what Cain was to Abel
Mister catch me if you can

I'm going down in a blaze of glory
Take me now but know the truth
I'm going down in a blaze of glory
Lord I never drew first
But I drew first blood
I'm no one's son
Call me young gun

You ask about my consience and I offer you my soul
You ask If I'll grow to be a wise man
Well, I ask if I'll grow old
You ask me if I known love and what it's like to sing songs in the rain
Well, I've seen love come and I've seen it shot down
I've seen it die in vain

Each night I go to bed I pray the Lord my soul to keep
No I ain't looking for forgiveness, but before I'm six foot deep
Lord, I got to ask a favor and I'll hope you'll understand
'Cause I've lived life to the fullest let the boy die like a man
Staring down the bullet let me make my final stand

Shot down in a blaze of glory
Take me now but know the truth
I'm going out in a blaze of glory
Lord I never drew first
But I drew first blood
and I'm no one's son
Call me young gun
I'm a young gun

("Blaze of Glory" - Bon Jovi)

Música da nossa infância... :) Tantas cassetes gravadas que trocávamos e ouvíamos em casa uns dos outros... Bon Jovi, Prince, Bruce Springsteen, The Doors, 4 Non Blondes, Queen, Michael Jackson... Inocência...

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

A Winter's Tale



He was born in a country built on hot sand and deep dark water. Never been a saint in this meaningless paradise and never intented to. All angels were gone and the fast drums stoped beating to the rhytm of his heart. Everything around him was pale as a cold winter morning trying to find the perfect reason to avoid the rain. There was nothing he could see, no reasons for him to roam. Altough he wasn’t crawling and begging for balance, ‘cause his soul always knew which way to go.

But as the dust fell asleep in his shoulders he noticed the planet has started to spin the wrong way and the sun was twisting and shining in strange directions, touching places he never thought he was able to. And then he heard a sweet melody that comes from a foreign country, living in an undressed mouth, putting stars in every word and creating roots deep inside a lover’s soul.

He saw an angel losing his wings in a nick of time. Heard him saying goodbye to a long gone white cloud. But he never knew that Heaven was just around the corner. Sunbeams shines in her long blond hair like the reflection of God in the deep waters of the northern sea. The skin was taned by the soft white snow and the blue in her eyes showed no evidence of recent tears. Like Alice in Wonderland.

- “Am I late?”, she seemed to ask while her smile speaked for the whole moment.
- “No”, he said. “The time is right, but I wasn’t expecting you this soon.

She smiled at him and took his hand.

- “I dreamed of you since I was a little girl. It’s like I know you since I know myself. But I’m sorry I’m not what you expected...

Once again the words refused to leave his mouth. But in a moment of faith he just said
- “You’re perfect...

No one really knows what happened to them. Some say he was just dreaming, trying to forget his past. Others say she was just an angel that God send from the sky for a brief moment.
Well... I say they are living their own dream as we speak. What do you think? ;)


(This one really has to be writen in english) ;)

***

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Because sometimes you can’t make it on your own



Bem, há já algum tempo que tenho um ideia fixa a fervilhar-me na cabeça, mas não sei o que fazer com ela. Todos os dias invariavelmente os nossos sentidos são invadidos por histórias, imagens e relatos de pessoas - nos noticiários televisivos, nos jornais, na rádio, na Internet, etc. - que sofrem de carências, doenças controladas nos países desenvolvidos, maus tratos, fome, pobreza extrema e que não conseguem ver satisfeitas as suas necessidades mais básicas. Vemos as imagens, ouvimos os relatos, dizemos “Coitados... Que pena...”, mas encolhemos os ombros e seguimos em frente fechados no nosso pequeno mundo, queixando-nos das nossas insignificantes desventuras e preocupados com os nossos ínfimos problemas – pelo menos a maioria de nós - que, se pensarmos bem, não são nada comparados com aquilo que milhões de pessoas sofrem todos os dias. É justo queixar-me que o caixa do supermercado me roubou alguns euros ao dar-me o troco, quando aquilo que eu acabei de comprar para o meu jantar é mais ou menos o que uma criança desfavorecida no Senegal come em meio ano? Será correcto lamentar a minha má sorte num projecto de trabalho ou de estudo quando milhões de crianças por todo o mundo não têm sequer a oportunidade de estudar e de vir a concretizar os seus sonhos um dia?

Por tudo isto tenho uma vontade imensa de ajudar essas pessoas, de me juntar a uma organização de ajuda humanitária, de ser voluntário, de dar o meu contributo, por muito pequeno que seja. Porque todos os meus problemas me parecem insignificantes quando comparados com a fome, a miséria e a pobreza extrema que parecem alastrar a cada dia que passa um pouco por todo o mundo. Não é justo que eu esteja aqui egoístamente sentado às voltas com questões que, agora que penso nisso, não são mais do que nada. O meu principal problema é que... não sei como o posso fazer ou onde me dirigir... Se alguém tiver alguma sugestão gostava muito de ouvi-la.

Eu sei que muita gente poderá pensar “Oh, és um sonhador! Queres mudar o mundo sozinho e de um momento para o outro. Deixa-te disso.”. Sim, talvez seja um sonhador. Muitos já o foram no passado e morreram por causa de um sonho. Mas antes disso conseguiram fazer a diferença. E se eu conseguir colocar um sorriso na face de pelo menos uma criança, se tiver contribuído para lhe devolver os seus sonhos, então poderei dizer que todo o esforço valeu a pena. Sim, talvez queira mesmo mudar o mundo. Mas não sozinho. Quero apenas dar o meu contributo, ser parte de algo que tenha reais possibilidades de ajudar. Não vou conseguir mudá-lo de um momento para o outro, também sei disso. Mas como em tudo na vida tem que haver uma evolução, a qual deve começar em algum momento. A mudança pode não acontecer durante esta geração, nem na próxima ou na seguinte. Mas um dia... Quem sabe...? O mundo se torne um só. E eu gostava de poder dizer que contribuí para isso. Esteja onde estiver.


Mama, they try and break me.
The window burns to light the way back home
A light that warms no matter where they've gone.
They're off to find the hero of the day
But what if they should fall by someone's wicked way?

Still the window burns, time so slowly turns
Someone there is sighing
Keepers of the flames
Do you feel your names?
Do you hear your babies crying?

Mama they try and break me
Still they try and break me
'Scuse me while I tend to how I feel
These things return to me that still seem real
Now deservingly this easy chair
But the rocking stops by wheels of despair

Don't want your aid
But the fist I've made for years won't hold or feel
No I'm not all me
So please excuse me while I tend to how I fell
But now the dreams and waking screams that ever last through the night
So build the wall behind it crawl and hide until it's light
Can you hear your babies crying now?

Still the window burns
Time so slowly turns
And someone there is sighing
Keepers of the flames, can't you feel your names?
Can't you hear your babies crying?

But now the dreams and waking screams that
ever last the night
So build a wall behind it crawl
And hide until it's light
So can't you hear your babies crying now?
Mama they try and break me

("Hero of the Day" - Hetfield/Ulrich)

sábado, fevereiro 11, 2006

Taras e manias



A pedido de uma menina do mar muito, muito, muito chata (estou a brincar claro ;) ) vou ter de enumerar as minhas muitas manias. Não todas porque senão nunca mais saio daqui e ainda tenho que ir lavar a louça do jantar e ir regar as plantas. Até já as estou a ouvir chamar. “Super Pop! Super Pop!”. Isto eram os pratos, claro... Os talheres não dizem nada porque são tímidos. Olha, parece que também consigo ouvir as plantas a conversarem entre si. “Ai, que nunca mais chove...”, “Pois, mas deixa lá que eu vi aquele cãozito a passar por aqui há pouco e ia com focinho de quem precisa de se aliviar. Pode ser que tenhamos sorte” Aquele cacto é um malandro... Mas enfim, vamos ao que interessa:

1- Bolachas - Quando como bolachas tenho a mania de comer primeiro as margens de todas as que estão no prato e só depois comer o que sobra, ou seja, o meio... Isto quando são bolachas normais. Se tiverem creme por dentro gosto de as abrir e comer o creme de todas primeiro e só depois o resto.

2- Banho - Nunca sair à rua de qualquer maneira. Mesmo que só vá à esquina para comprar o jornal tenho que tomar banho, vestir-me, pentear-me, lavar os dentes, etc, etc. E mesmo quando não planeio sair de casa tenho que tomar banho e vestir-me. Esta é muito metrosexual...

3- Música de manhã - Tenho que acordar sempre com música. Se não puser um cd a tocar de manhã tenho a sensação que o mundo parou naquele dia e que ninguém me avisou. Resultado: fico mal-disposto e só me apetece voltar para a cama. Ah! E tenho que o pôr a tocar sempre a altos berros senão não faz efeito. Os meu vizinhos adoram-me...

4- CD’s - A minha paixão assolapada. Têm que estar sempre arrumados por ordem alfabética, livres de pó e se alguém lhes pegar sem ser pelas margens ou os devolver com riscos, mesmo que só sejam visíveis através de microscópio, tem entrada directa na minha lista negra. E também não gosto que os cd’s gravados tenham aquela capa rasca com que são vendidos. Quando me gravam um cd peço sempre a capa e contracapa original para tirar fotocópia a cores e acrescentar ao meu cd gravado. Ah pois é!

5- Galinhas, pombos e tudo o que for ave - Odeio!! De morte. Detesto qualquer tipo de pássaro. Parecem-me muito ariscos e imprevisíveis, e têm um olhar matreiro, como se estivessem a pensar numa maldade para nos fazer. Abrir as asas e atacar-nos com as garras e com o bico por exemplo... Mas nem quero falar dos abutres... Raisparta os animais!!


Bem, eram cinco manias, certo? Então já está :) Espero que tenha contribuído para mudar completamente as vossas vidas (oh sim, claro...). Muitas mais haveria para contar, mas essas poderiam chocar as mentes mais pueris. Sim, porque sabe-se lá quantas crianças andam por aí a navegar nesse mundo sombrio e perigoso que é a Internet... (sim Bacalhau, estou a falar de ti).

Agora, segundo as regras eu devia indicar cinco bloggers para contarem as suas manias e publicar aqui o regulamento deste desafio. Mas não o vou fazer. Porquê? Simplesmente porque não me apetece. Ah! E porque ninguém me pode obrigar. Ahhhh... É tão bom quebrar as regras :)

sábado, fevereiro 04, 2006

Electric Blue



Há muito tempo que não desenhava.
Nem tinha a certeza se ainda sabia como o fazer.
Mas não me parece mal.
:-)

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

O tempo e a Palavra



O que acontece à Palavra roubada de debaixo da língua e colocada entre-linhas? Perderá o seu valor, a sua conjugação, a sua cor? Acreditas com todos os teus sentidos que será mais facilmente gravada na mente de quem a lê? Ou será apenas uma imitação barata e fora de tempo tirada de uma conversa perdida naquele momento?

Porque a Palavra é traiçoeira, ambígua, matreira. Dependendo de quem a manuseia. Mas pode ser igualmente bela e atraente. Um acto de afecto e amor sincero sempre que nasça do fundo do coração antes de pedir licença à razão para voar nas asas da voz.

Mas durante esse trajecto a Palavra corre o risco de não passar de um projecto que, por falta de coragem ou insegurança, nunca ganhou o direito a voar. Sim, porque é necessária alguma coragem para afirmar a alta voz tudo aquilo que sente o coração. E não é pouco, salvo ter sido talhado a partir da mesma pedra que sustenta as muralhas onde se esconde a pura emoção.

Uma Palavra dita com sinceridade pode ser a chave que liberta um sentimento, que acorda um coração adormecido, que vê partir todos os medos e dúvidas de uma alma que esqueceu por momentos como se ama.

Mas pode ser também a ilusão que faz crescer um rio nas margens de uma alma carente. Que tão depressa corre forte e confiante em direcção a um mar escuro, como no momento seguinte se extingue porque a palavra não era mais que uma mentira que agora parte deixando para trás apenas as cinzas daquele papel virgem e a dor.

Mas porque glorificamos obsessivamente a Palavra? Porque exigimos que seja instantânea e precisa? Necessitamos assim tanto de sentimentos imediatos que não podemos sequer dar-lhe tempo para crescer livre e confiante? Porque a Palavra necessita de tempo para ganhar o seu espaço natural. Se ela neste momento não voa é porque não é uma palavra vã e sem sentido. Ela traz consigo emoções e sentimentos que não devem ser desperdiçados de ânimo leve. Não é uma palavra movida por falsas ilusões, intenções de encantamento momentâneo ou afectos que se esgotam no passo acelerado do relógio.

E quantas Palavras já disseste sem nada dizer? Quantas emoções já revelaste em segredo em momentos de silêncio apenas recorrendo aos gestos que dançavam no ar e ao leve sorriso do olhar? Mas se queres palavras falsas, imediatas, sem sentido, uma palavra em língua distante que encanta enquanto esconde desejos que se gastam no tempo, não é aqui que deves procurar. Porque aqui a Palavra pede tempo para se mostrar. Aqui a Palavra nunca será apenas palavras...